domingo, 2 de junho de 2013

Para Cidade Baixa, com carinho

Tudo falta. Falta o outro, o ser, o nada.  Falta aura. Falta o abraço e o toque. A troca de olhares. A conversa.

Falta o riso despretensioso em momentos irrelevantes. O comentário simpático sobre algo extremamente desagradável. Falta sentir-se junto. Falta falar com alguém. Falta até a irritação de se seguir a mesma rotina. Falta vida.


Tudo sobra: o barulho irritante de cidade grande no final de semana, a vida que se perde no meio do concreto e da noite, os mendigos sujos e fedidos pedindo moedas, o cheiro da grama em um domingo movimentado na Redenção. Sobra vida. 

Tudo novamente assim: em oposição. 

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