A eleição, essa grande festa da democracia, para mim é como qualquer outra festa: eu vou e não pego ninguém. Só que até aí tudo bem, nem ligo mesmo. O que me desgraça da cabeça é essa galera pedindo "voto consciente". Um exército de rapazes leitores de Foucault e que usam sandália de couro e bermuda da Adidas pede, com a voz tranquila que é característica da cara de pau, que a gente vote consciente. Só que se você deixar a conversa se alongar por mais de dois minutos perceberá que o votar com consciência nada mais é do que votar no candidato dele. De todos os vermes parasitas, o que mais me irrita é esse que vive para pedir o voto consciente dos outros.
Não me levem a mal, o meu voto é totalmente consciente. Tenho total consciência de que a merda é inevitável e de que estou votando em qualquer porcaria. Meu critério para esse voto consciente é apenas um: tento imaginar o candidato bebendo comigo. Não pode ser churrasco depois do futebol (os piores candidatos são aqueles que vão para o churrasco depois do futebol). Tem que ser em algum bar da minha escolha, em algum boteco bagaceira da CB. Que seja o Speed. Se não consigo imaginar o candidato lá bebendo e rindo comigo, escutando sobre os livros que li e os filmes que curto e xingando a galera idiota que tá no Pinguim, ele não tem o meu voto de jeito nenhum. Nenhum candidato a deputado ou a governador que não tenha morrido de rir com o Morto muito louco ou que não ache o Zidane o jogador mais foda que já existiu no planeta merece me representar. Isso, galera, é votar com consciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário