eu assumo que não estou preparado para descobrir o quanto você é diferente. talvez pessoas como você sejam raridades. isto eu nunca saberei. abri mão desse tipo de coisa, junto com a minha coragem. prefiro trocar essa possibilidade pelo que tenho agora: sentimentos frágeis, uma vida levada na superfície. troquei você por algum sexo mais ou menos com uma pessoa aqui e outra ali. escolhi desistir de procurar. hoje, é o este é o único jeito que sei viver.
talvez eu esteja perdendo algo que não terei igual. talvez ninguém mais terá esse gosto, esse cheiro, esse jeitinho de terminar um beijo. pode ser que eu nunca mais encontre esse olhar que me frita, que me faz pensar em sexo logo ao acordar. pode ser que ninguém mais tenha essa voz que faz o meu pau ficar duro automaticamente. eu não quero esse mundo maravilhoso prometido para nós. eu não consigo mais nem mais falar nós. eu não consigo mais sentir a adrenalina que alimenta os pobres apaixonados.
desculpe, mas chegou a minha vez de ser idiota.
não é que não seja o momento. nunca será o momento. você é ótima, mas eu estou quebrado. aconteceram coisas que me tornaram incapaz. então vou abrir mão. abrir mão de todas as risadas que poderíamos dar juntos, da possibilidade de um futuro feliz. assumo o risco de um dia cruzar com você pela rua, e dar de cara com seu marido perfeito, carregando um bebê de propaganda, com aquele semblante inabalável e insuportável de felicidade. daria um oi constrangedor e perguntaria onde tem um bar. passaria o resto do dia bebendo sozinho. e você teria o direito de rir da minha desgraça.
eu me tornei um imbecil, eu sei. mas eu não consigo mais entrar numa relação. tenho medo do mundo adulto. já fiz essa aposta outras vezes e perdi. você é incrível. você me faria crescer, pensar numa carreira, vestir uma roupa passada, beber um pouco menos, frequentar lugares em que os garçons sejam legais. você me fez querer ser melhor, e hoje essa sensação é insuportável.
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