a culpa é minha. e apenas minha. eu te vi como mar, quanto não passava de uma gota, evaporando, caída sobre a calçada. por isso a culpa é toda minha. eu te escutei como música, quanto não passava de uma nota, tocada sozinha e sem querer na limpeza de um piano. eu te engoli como banquete, quanto não passava de uma migalha. eu te guardei como tesouro, trancada e protegida, quando tu não valia nada mais que centavo. moeda esquecida no fundo de uma bolsa. eu te coroei rainha, quando deveria ter te dado esmola e te sustentado com restos. eu te via gigante, quando, na verdade, poderia te esmagar, facilmente, com meu sapato. eu te sentia furação, quando tudo não passou de um sopro. por tudo isso a culpa é minha. só minha. a culpa é minha por insistir em achar que é única, quando o que mais há por ai são coisas idênticas a ti.
Nenhum comentário:
Postar um comentário