Como vocês estão, queridos? Prontos para mais contos de terror do Chaleira de arrepiar os cabelos? Dessa vez eu vou contar como tive um contato sobrenatural com uma fantasminha pra lá de assustadora e como descobri que minha irmã adotiva na verdade era uma vampira muito da fuleira. Então tirem as crianças da sala e preparem-se:
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A MENINA FANTASMA DO 303
A MENINA FANTASMA DO 303
Já fazem seis meses que eu me mudei para um antigo prédio perto do centro da cidade. Meu apartamento fica no quarto andar do prédio, o último. Como o prédio é um pouco antigo, ele não possui elevador, o que me faz ter que sempre subir pelas escadas. O problema é que sempre que eu passava pelo terceiro andar, escutava um choro de criança vindo do apartamento 303.
Um dia, preocupado, fui lá e bati na porta, no entanto ninguém apareceu para abrir. Como continuei ouvindo o choro de uma criança sempre que passava pelo terceiro andar, fui perguntar para a zeladora quem morava no 303. Foi então que fiquei muito assustado com sua resposta. Ela me disse:
- Que estranho, você deve estar enganado, pois o apartamento 303 está fechado desde o começo do ano.
- Mas, antes disso, quem morava lá? Pode ser que alguém ainda tenha a chave - insisti.
- É uma história muito triste, não insista nisto, por favor.
Visivelmente era algo sobre o qual a zeladora não queria falar. Tive que investigar por conta própria. Até que num jornal antigo encontrei uma reportagem que contava a história de uma mãe viciada em drogas que deixou sua filha, uma menininha de seis anos, trancada em casa para acompanhar a banda Molejo numa turnê de shows pelo Brasil. Ela era uma "grupie" - como dizem os jovens. O resultado foi que a pobre criança, que ficou mais de um mês trancada em casa sozinha, morreu de fome. A mãe foi presa e ainda hoje está na prisão. Seu apartamento era o 303 do meu prédio.
Depois que eu soube disse, não consegui mais dormir e passava todas as noites em claro chorando pensando na dor daquela pobre menininha morrendo de fome sozinha em casa. Até que numa noite de sexta-feira 13 véspera da Quarta-Feira de Cinzas de forte chuva não suportei mais a angústia e resolvi novamente bater no apartamento 303. Bati na porta.
TOC TOC
Ninguém atendeu. Bati novamente,
TOC TOC TOC
Ninguém respondeu de novo.
Estava quase indo embora quando escutei uma voz baixinho e chorosa dizendo:
- Quem é?
- Oi, meu nome é Chaleira e sou seu vizinho. Gostaria de saber se está tudo bem e se você gostaria de um pouco de comida.
- É muita gentileza sua, mas está tudo bem aqui, obrigada.
- Sério mesmo, não quer um pouquinho de arroz, feijão, um pedaço de bife e um ovo frito?
- Não mesmo, moço, to de boa.
-Eu posso trazer, moro logo no andar de cima.
- Não, meu querido, eu to bem, não precisa de nada, não.
- E um xis do Cavanhas com fritas, que tal? Busco pra você.
- É muita gentileza mas vai ter que ficar pra próxima, amigão, hoje não vai rolar.
- E um xis do Cavanhas com fritas, que tal? Busco pra você.
- É muita gentileza mas vai ter que ficar pra próxima, amigão, hoje não vai rolar.
Não entendi muito bem o que aconteceu, mas voltei para casa e escalei o meu time para a próxima rodada do Hattrick.
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SOCORRO, MINHA IRMÃ É UMA VAMPIRA
Bem, eu não sei se já contei isso para alguém, mas quando eu era apenas uma criança pequena eu tive a experiência mais inexplicável da minha vida - foi tão inexplicável que ninguém soube explicá-la na época. Tudo começou quando eu tinha nove ou dez anos e meus pais, que há anos tentavam ter um novo filho, resolveram adotar uma criança. Depois de fazer as provas necessárias, que incluía prova de língua estrangeira e avaliação do projeto, meus pais conseguiram adotar uma linda menininha de sete anos chamada Beatriz. Depois de fazer as vacinas necessárias, meus pais trouxeram a doce Beatriz para casa.
No começo eu estava muito feliz, pois sempre quis ter uma irmãzinha para brincar, mas minha mana foi ficando cada vez mais estranha. Ela vivia sempre vestida de preto, só saia de casa a noite, só escutava The Cure e era fã de Crepúsculo. Em um chat na internet (rede mundial de computadores) me falaram que ela poderia ser uma vampira. Eu nunca acreditei em vampiros. Sempre achei que vampiro era uma invenção do capitalismo como Papai Noel, Jesus Cristo e o pós-estruturalismo.
Até hoje eu tenho dificuldades em acreditar no que aconteceu, mas um certo dia de noite minha irmãzinha entrou na sala enquanto eu assistia a noite de eliminação na Fazenda e disse:
- Mano, você acredita em vampiros?
- Lógico que não, né, Bê...
- E se eu te falar que sou uma vampira?
- HA HA HA que imaginação você tem, mana.
Foi então que ela abriu a boca e me mostrou aqueles dentões enormes e eu gelei de medo, fiquei branco dos pés até a cabeça, fiz xixi nas calças e sai correndo. Corri, corri, corri e depois corri mais um pouquinho. Quando cheguei na pracinha que tem perto da minha casa, parei para tomar folego, virei o rosto e minha irmã estava lá do meu lado. Juro, ela apareceu do nada. E ela me disse:
- Calma, Chaleirinha, vamos conversar.
Então ela colocou as mãos em mim e eu desmaiei.
Quando acordei, dois dias depois, eu estava num orfanato e todos me diziam que fui parar lá porque meus pais haviam morrido, minha irmã havia sumido e eu havia sido encontrado desacordado no chão da praça dois dias antes. Aí eu levantei da cama apavorado e disse que quem tinha feito tudo aquilo era minha irmã Beatriz. Falei que ela era uma vampira e que voltaria para me pegar. E todos ficaram rindo de mim e alguém falou:
- Ha ha ha tua irmã é uma vampira?
- Sim, eu juro!
- Então fala isso pra ela...
Então ela saiu detrás da cortina com aqueles dentões e toda coberta de sangue e eu desmaiei de novo e só acordei quinze anos depois já adulto e numa clínica para doentes mentais e me disseram que eu nunca tive irmã, que sou filho único e que matei meus pais quando era criança e que tenho problemas na cabeça e por isso imagino coisas. Só que eu sei que não sou doente e que tudo isso aconteceu comigo de verdade, por isso escrevi essa história, para o mundo saber que eu não sou louco. Por favor vocês precisam acreditar em mim. Repassem essa mensagem até chegar ao Senado.
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SOCORRO, MINHA IRMÃ É UMA VAMPIRA
Bem, eu não sei se já contei isso para alguém, mas quando eu era apenas uma criança pequena eu tive a experiência mais inexplicável da minha vida - foi tão inexplicável que ninguém soube explicá-la na época. Tudo começou quando eu tinha nove ou dez anos e meus pais, que há anos tentavam ter um novo filho, resolveram adotar uma criança. Depois de fazer as provas necessárias, que incluía prova de língua estrangeira e avaliação do projeto, meus pais conseguiram adotar uma linda menininha de sete anos chamada Beatriz. Depois de fazer as vacinas necessárias, meus pais trouxeram a doce Beatriz para casa.
No começo eu estava muito feliz, pois sempre quis ter uma irmãzinha para brincar, mas minha mana foi ficando cada vez mais estranha. Ela vivia sempre vestida de preto, só saia de casa a noite, só escutava The Cure e era fã de Crepúsculo. Em um chat na internet (rede mundial de computadores) me falaram que ela poderia ser uma vampira. Eu nunca acreditei em vampiros. Sempre achei que vampiro era uma invenção do capitalismo como Papai Noel, Jesus Cristo e o pós-estruturalismo.
Até hoje eu tenho dificuldades em acreditar no que aconteceu, mas um certo dia de noite minha irmãzinha entrou na sala enquanto eu assistia a noite de eliminação na Fazenda e disse:
- Mano, você acredita em vampiros?
- Lógico que não, né, Bê...
- E se eu te falar que sou uma vampira?
- HA HA HA que imaginação você tem, mana.
Foi então que ela abriu a boca e me mostrou aqueles dentões enormes e eu gelei de medo, fiquei branco dos pés até a cabeça, fiz xixi nas calças e sai correndo. Corri, corri, corri e depois corri mais um pouquinho. Quando cheguei na pracinha que tem perto da minha casa, parei para tomar folego, virei o rosto e minha irmã estava lá do meu lado. Juro, ela apareceu do nada. E ela me disse:
- Calma, Chaleirinha, vamos conversar.
Então ela colocou as mãos em mim e eu desmaiei.
Quando acordei, dois dias depois, eu estava num orfanato e todos me diziam que fui parar lá porque meus pais haviam morrido, minha irmã havia sumido e eu havia sido encontrado desacordado no chão da praça dois dias antes. Aí eu levantei da cama apavorado e disse que quem tinha feito tudo aquilo era minha irmã Beatriz. Falei que ela era uma vampira e que voltaria para me pegar. E todos ficaram rindo de mim e alguém falou:
- Ha ha ha tua irmã é uma vampira?
- Sim, eu juro!
- Então fala isso pra ela...
Então ela saiu detrás da cortina com aqueles dentões e toda coberta de sangue e eu desmaiei de novo e só acordei quinze anos depois já adulto e numa clínica para doentes mentais e me disseram que eu nunca tive irmã, que sou filho único e que matei meus pais quando era criança e que tenho problemas na cabeça e por isso imagino coisas. Só que eu sei que não sou doente e que tudo isso aconteceu comigo de verdade, por isso escrevi essa história, para o mundo saber que eu não sou louco. Por favor vocês precisam acreditar em mim. Repassem essa mensagem até chegar ao Senado.
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