não há o que se fazer quando longe não é um lugar. não há como chamar um uber, pegar um táxi, comprar uma passagem. nada pode ser feito quando o longe é por dentro, um não ser, uma coisa qualquer que nunca chega. por mais que se siga em frente a vida toda, longe é uma brecha que não se fecha. às vezes é um escuro que assusta, outras é uma claridade que cega.
longe é quando as coisas vão morrendo, diante dos nossos olhos, sem que possamos salvá-las. longe é quando as coisas partem, quando se vão lentamente, sem como, sem quê. longe é quando não perdermos, mas as coisas que perdem a nós.
nessa mônada que somos, cada um sabe o que arrasta por dentro. longe, às vezes, é bem onde a gente tá.
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