para que eu mude de ideia, não adianta tu fazer promessas. colocar uma cruz nas costas e andar pelo meio da estrada, debaixo do sol. não adianta acender velas, rezar o terço, amarrar fitas no braço, guardar santinho na carteira. não adianta subir os degraus da catedral de joelhos. eu não vou mudar de ideia. tu pode tentar fazer simpatia. escrever meu nome numa folha, jogar um pouco de mel, roubar uma cueca da minha gaveta, enterrar minha foto no quintal. mas eu não vou mudar de ideia. tu pode tentar usar a força. compre uma faca, um canivete, uma espingarda. arranje um revólver. arrombe minha porta com um dos pés. invada minha casa. transforme minha sala num cativeiro. me faça de refém. me machuque, aos poucos, para que eu mude de ideia. me deixe sem ar com a cabeça mergulhada num balde. dê choques pelo meu corpo molhado. ameaça queimar meus livros, jogar fora minhas anotações, destruir minha família, quebrar os meus móveis, matar o meu gato. piche minhas paredes com xingamentos. tu pode tentar, ser convincente, mas não vai funcionar. eu não me contento mais apenas com desculpas. do meu lado tu não fica nunca mais.
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